A eleição autárquica que irá decorrer no próximo mês de Setembro
terá uma importância vital para o desenvolvimento da ilha. A autarquia, por ser
o poder, por definição, mais próximo das pessoas, tem uma importância vital na
vida dos cidadãos. Independentemente do partido ou do projeto político que vier
a ganhar a eleição, há uma eminente necessidade de mudança de paradigma na
gestão autárquica na ilha.
A Brava é a ilha mais pequena do país e não obstante os seus
valiosos recursos: um povo trabalhador, uma ligação muito forte à diáspora, uma
enorme tradição marítima, uma agricultura pujante, um clima ameno e diferente
das restantes ilhas, uma ilha com enormes potencialidades de desenvolvimento, a
realidade é que tem sido das ilhas que menos se tem desenvolvido.
Infelizmente, nos últimos anos, é notório a inexistência de
um verdadeiro projeto de desenvolvimento local: A centralização do
desenvolvimento no nosso pequeno mercado interno que, por si só, não consegue
dar azo as legítimas expectativas de crescimento económico, conduziu a um apaziguamento
do crescimento económico sem precedentes na história do país e numa diminuição
acentuada da população local.
Por isso, não é de se
espantar que ao mesmo tempo que assistimos a investimentos públicos muito
grandes, vemos, de igual forma, uma diminuição da população local. Esta
constatação nos deve fazer refletir se estamos, realmente, a investir na
melhoria das condições de vida dos bravenses ou se, simplesmente, estamos a
gastar dinheiro público sem resultados.
O que se está a passar na Brava é gravíssimo: a população
tem diminuído de ano para ano, a juventude da ilha não consegue ali fixar
residência, pois, as expectativas de desenvolvimento pessoal, de trabalho,
parecem ter terminado, sem que ninguém, demonstre ou aparenta estar preocupado
com o problema.
Assim, assistimos à uma emigração como nunca de antes visto,
um desemprego que bate recorde no contexto nacional, à uma economia frágil e de
subsistência, que não cria emprego, que não contribui para a geração de riqueza
e que se sustenta na prestação de pequenos serviços. Neste quadro, a ilha se
tem definhado, sem que os reais problemas tenham uma resposta séria e
ponderada, tendo por base um projeto de futuro.
O problema é mesmo político. A autarquia não pode ser um
construtor de obras, uma entidade afastada da vida das pessoas, não pode se
afastar dos reais problemas da ilha e definir a construção de obras que são
tudo, menos aquilo que as pessoas mais precisam.
Em pleno século XXI nenhuma economia, por mais pequena que ela seja, pode sobreviver com um défice continuo na balança comercial. Por mais que nos esforcemos e que se construa obras públicas, sem se resolver o problema económico, a ilha não se irá desenvolver. O desenvolvimento económico não acontece por milagre, não é, fazendo nada, que o crescimento irá aparecer, mas é, sobretudo, apostando no desenvolvimento dos fatores de competitividade que ela poderá ocorrer.
Em pleno século XXI nenhuma economia, por mais pequena que ela seja, pode sobreviver com um défice continuo na balança comercial. Por mais que nos esforcemos e que se construa obras públicas, sem se resolver o problema económico, a ilha não se irá desenvolver. O desenvolvimento económico não acontece por milagre, não é, fazendo nada, que o crescimento irá aparecer, mas é, sobretudo, apostando no desenvolvimento dos fatores de competitividade que ela poderá ocorrer.
A Câmara Municipal tem de ser uma entidade com competências
técnicas, não só, para executar obras e projetos, mas para pensar a ilha com
uma visão abrangente e que não se concentre, apenas, em apagar os fogos ou ir
resolvendo os problemas. É preciso ter uma visão de longo prazo, que compreenda
os problemas e que conceba políticas públicas adequadas para resolver os
problemas momentâneos, mas também, para preparar a ilha para o futuro.
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