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sábado, 16 de julho de 2016

A importância da eleição autárquica para a mudança de paradigma no desenvolvimento da ilha Brava.

A eleição autárquica que irá decorrer no próximo mês de Setembro terá uma importância vital para o desenvolvimento da ilha. A autarquia, por ser o poder, por definição, mais próximo das pessoas, tem uma importância vital na vida dos cidadãos. Independentemente do partido ou do projeto político que vier a ganhar a eleição, há uma eminente necessidade de mudança de paradigma na gestão autárquica na ilha.

A Brava é a ilha mais pequena do país e não obstante os seus valiosos recursos: um povo trabalhador, uma ligação muito forte à diáspora, uma enorme tradição marítima, uma agricultura pujante, um clima ameno e diferente das restantes ilhas, uma ilha com enormes potencialidades de desenvolvimento, a realidade é que tem sido das ilhas que menos se tem desenvolvido.

Infelizmente, nos últimos anos, é notório a inexistência de um verdadeiro projeto de desenvolvimento local: A centralização do desenvolvimento no nosso pequeno mercado interno que, por si só, não consegue dar azo as legítimas expectativas de crescimento económico, conduziu a um apaziguamento do crescimento económico sem precedentes na história do país e numa diminuição acentuada da população local.

 Por isso, não é de se espantar que ao mesmo tempo que assistimos a investimentos públicos muito grandes, vemos, de igual forma, uma diminuição da população local. Esta constatação nos deve fazer refletir se estamos, realmente, a investir na melhoria das condições de vida dos bravenses ou se, simplesmente, estamos a gastar dinheiro público sem resultados.

O que se está a passar na Brava é gravíssimo: a população tem diminuído de ano para ano, a juventude da ilha não consegue ali fixar residência, pois, as expectativas de desenvolvimento pessoal, de trabalho, parecem ter terminado, sem que ninguém, demonstre ou aparenta estar preocupado com o problema.

Assim, assistimos à uma emigração como nunca de antes visto, um desemprego que bate recorde no contexto nacional, à uma economia frágil e de subsistência, que não cria emprego, que não contribui para a geração de riqueza e que se sustenta na prestação de pequenos serviços. Neste quadro, a ilha se tem definhado, sem que os reais problemas tenham uma resposta séria e ponderada, tendo por base um projeto de futuro.

O problema é mesmo político. A autarquia não pode ser um construtor de obras, uma entidade afastada da vida das pessoas, não pode se afastar dos reais problemas da ilha e definir a construção de obras que são tudo, menos aquilo que as pessoas mais precisam.

Em pleno século XXI nenhuma economia, por mais pequena que ela seja, pode sobreviver com um défice continuo na balança comercial. Por mais que nos esforcemos e que se construa obras públicas, sem se resolver o problema económico, a ilha não se irá desenvolver. O desenvolvimento económico não acontece por milagre, não é, fazendo nada, que o crescimento irá aparecer, mas é, sobretudo, apostando no desenvolvimento dos fatores de competitividade que ela poderá ocorrer. 


A Câmara Municipal tem de ser uma entidade com competências técnicas, não só, para executar obras e projetos, mas para pensar a ilha com uma visão abrangente e que não se concentre, apenas, em apagar os fogos ou ir resolvendo os problemas. É preciso ter uma visão de longo prazo, que compreenda os problemas e que conceba políticas públicas adequadas para resolver os problemas momentâneos, mas também,  para preparar a ilha para o futuro. 

sábado, 11 de junho de 2016

As próximas eleições: o que está em jogo?

Estamos em pleno ano pré-eleitoral e as próximas eleições serão decisivas para o futuro do no nosso país e da ilha. O país encontra-se na maior “encruzilhada” da sua história, pois, é chegado a hora dos investimentos realizados no capital humano, na educação, na infraestruturação do país, no processo de transformação, começarem a ter impacto real no desenvolvimento do arquipélago e substituírem o endividamento externo pela criação de riqueza. Ao mesmo tempo o país é hoje confrontado com uma série de problemas aos quais urge uma resposta credível. A nível local o desemprego abunda, a falta de uma estratégia coerente de desenvolvimento atrasou substancialmente o crescimento económico em comparação com as outras ilhas. 
As eleições são sempre um momento importantes da vida democrática: é a altura dos cidadãos escolherem o rumo que querem dar a sua pátria. Todavia, em Cabo Verde, o debate programático e político, tem ficado num patamar inferior enquanto pequenos factos pessoais dos políticos têm marcado as campanhas eleitorais. Face a este histórico e perante a conjuntura é importante que os cidadãos se esforcem para exigirem dos políticos programas eleitorais credíveis e que consigam dar resposta as demandas da população.
Cabo Verde tem feito um percurso fantástico: somos um país relativamente jovem e que tem conseguido ao longo dos anos ter um desenvolvimento consolidado ao longo dos anos, sendo esse processo marcado por uma estratégia de transformação, tendo por base uma visão que o país possa se tornar num centro internacional de prestação de serviços. Essa visão, quase unanime na sociedade, requer nos próximos  anos um aumento da produtividade nacional para que o país possa competir num mundo tão exigente.
Apesar dos muitos ganhos que o país conseguiu nas últimas décadas encontramo-nos hoje numa encruzilhada: mesmo tendo feito um percurso notável, os problemas sociais ainda estão aí para serem resolvidos, num cenário internacional pouco favorável ao apoio exterior. Se por um lado o nosso maior aliado internacional e o nosso maior parceiro económico, a União Europeia, se encontra em crise, a graduação do país como país de rendimento médio trouxe importantes desafios no tocante a busca de mecanismos de financiamento.
Os desafios são enormes, num país onde o desemprego estrutural abala os sonhos de uma juventude lutadora e sonhadora.
Perante este cenário, as próximas eleições serão decisivas para o futuro do país e requerem estratégias que consigam alavancar o crescimento económico de forma consistente. Os desafios que o país tem pela frente só poderão ser consolidados se cada ilha conseguir ter uma economia local que consiga ser uma mais-valia para o país.
Jonathan Vieira.



As Manifestações em Cabo Verde e as Suas Consequências no Panorama Político

As manifestações que, recentemente, ocorreram em cabo Verde não deixaram ninguém indiferente e marcarão uma nova era na política Cabo-verdiana, passando a sociedade civil a desempenhar o seu papel de fiscalização da ação política nacional. Por outro lado, um dos desafios para a consolidação da nossa democracia é termos uma sociedade civil vibrante e participativa nas decisões políticas. A aprovação do Estatuto dos titulares dos cargos políticos já contribuiu e irá contribuir, decisivamente, para que o país avance uns degraus neste longo trajeto de consolidação democrática.
Apesar destas movimentações em todo Cabo Verde, na Brava, tudo ao ritmo da morna. Todavia, somos a ilha onde as manifestações faziam mais sentido e era não só pelos Estatuto dos titulares dos cargos políticos, mas pela situação económica e social gritante pelo qual a ilha enfrenta de uns tempos para cá. Porém, nem sempre foi assim, quem não se lembra da manifestação por causa do motor velho na furna? Sim, quando queremos conseguimos nos unir e resolver os nossos problemas.
O povo foi à rua e demonstrou o seu descontentamento pela conjuntura onde os privilegiados “deputados” querem, não atualizar, mas aumentar o seu salário. Não podemos permitir que um país com uma elevada desigualdade social, dado aos parcos rendimentos que a camada menos favorecida detém, aumente o fosse entre a sociedade e os seus representantes.
A aprovação do Estatuto dos titulares dos cargos políticos demonstrou o quanto os deputados da nação estão afastados dos seus representados, não só, em termos do rendimento disponível, mas também, da própria perceção da realidade. Na presente conjuntura, ganhar o montante que os atuais deputados ganham, é o que o país pode oferecer para quem quer representar o seu povo e trabalhar a bem da nação.
A única justificação para a subida do salário na casa parlamentar se assemelha com aquela atitude: " o outro ganha mais do que eu", neste caso, alguns gestores de empresas públicas que ganham mais do que os deputados. Todavia, isto não justifica que perante a situação económica e social do país se aumente os salários dos titulares dos cargos políticos. É preciso haver equilíbrio entre o nível de vida dos cidadãos, a riqueza gerada pelo país e os salários dos titulares dos cargos políticos.
Se o país pode aumentar o salário dos deputados, porque não usar este mesmo montante para criar mais postos de trabalho e empregar mais jovens? Sim, porque pode-se, de facto, dignificar mais os cargos políticos sem ter que, necessariamente, aumentar os salários.
Fazendo uma leitura política, era pouco provável que o atual Presidente da República promulgasse o diploma, pois, este é o seu primeiro mandato e ele irá a eleições dentro de um ano. De igual forma, o diploma alargaria um fosso enorme entre a classe política e a sociedade. Apesar do diploma ter sido aprovado na casa parlamentar, quase por unanimidade, há muita coisa em jogo e era muito arriscado para o futuro político do presidente se ele se afastasse do povo que o elegeu.
Os grandes vencedores deste jogo Político foram: a atual líder do PAICV, Dr.ª Janira Hopffer Almada, que cedo se demarcou da aprovação do referido diploma, aproveitando o momento político para fazer a sua consagração como presidente do PAICV e o Presidente da República, Dr. Jorge Carlos Fonseca, que demonstrou elevação e sentido de Estado ao chumbar politicamente o diploma.

Jonathan Vieira.  


domingo, 5 de junho de 2016

Brava e os Caminhos para o futuro: Olhar para o passado, resolver os problemas do presente e perspetivar o futuro

A Brava é herdeira de uma história gloriosa: No passado, fomos a capital administrativa da colónia, geramos ideias, tivemos atividade industrial e temos uma herança invejável na formação dos recursos humanos, da qual a formação dos marítimos é um legado indelével da nossa história. Todavia, o nosso maior feito terá sido o nosso contributo à emancipação da identidade Cabo-verdiana, através da cultura.  
Hoje é necessário olhar para o passado, resolver os problemas do presente e perspetivar o futuro: Que ilha queremos ter no futuro e o que podemos fazer, hoje, para construirmos este futuro perante os desafios atuais?

A realidade da Brava é preocupante. A ilha vive no período da mais longa recessão que a nossa pequena economia já conheceu e os dados assim o demonstram: Somos a economia que menos contribui para a geração de riqueza nacional, entre 0.8 -1% do PIB nacional, temos a mais alta taxa de desemprego do país, cerca de 18, 5%, e a nossa população tem diminuído de forma considerável. 

Estes são dados que nos devem preocupar, pois, houve, no passado, muitas gerações que lutaram para edificarem uma ilha que se vem desvanecendo ano-após-ano.
 Assim, assistimos, nos últimos anos, à um declínio contínuo, sem que haja uma estratégia programática de desenvolvimento para a ilha.  

 Se analisarmos o contributo da economia das ilhas, para o PIB nacional, ao longo dos anos, nos apercebemos, facilmente, que há uma enorme heterogeneidade na economia Cabo-verdiana: O centro do país tem estado a se afirmar como sendo o grande contribuidor para o produto interno nacional e algumas ilhas, como a Brava, têm perdido espaço. A economia baseada nos serviços não tem permitido que a ilha desenvolva os seus sectores estratégicos, que possibilitem gerar riqueza, criar emprego e aumentar o rendimento para as famílias. O crescimento débil da ilha não tem acompanhado o ritmo acelerado de desenvolvimento do país, na última década, e as mudanças que vão ocorrendo, sobretudo, no que toca ao desenvolvimento dos fatores de competitividade.

Os avanços que se deu na educação, as qualificações humanas e a investigação produzida continuam afastados da ilha. O fraco aproveitamento, pelas empresas, da qualificação dos recursos humanos continua a ser um problema estrutural na nossa economia. Este facto advém, em grande medida, da circunstância das empresas não terem introduzido as inovações decorrentes dos avanços tecnológicos, o que impossibilitou à ilha de tirar partido da maior qualificação dos recursos humanos para ganhar eficiência e competitividade. 

A conjuntura da ilha é marcada por uma crise gravíssima, que se traduz numa diminuição acentuada da população, num desemprego crescente e numa baixa produtividade da economia. Por isso, é cada vez mais visível a necessidade de haver uma agenda económica para a Brava: uma agenda que garanta o desenvolvimento sustentável da ilha, que se concentre no crescimento económico, no desenvolvimento de sectores estratégicos, na diversificação e alargamento da base produtiva, mas também, que integre a emigração no desenvolvimento local. 

Só tem futuro quem consegue tirar vantagem do passado, e o passado da Brava constitui um ativo, que não podemos desperdiçar, para construirmos o futuro. A nossa história e cultura constituem valores centrais para o nosso desenvolvimento que, infelizmente, temos desperdiçado. O desenvolvimento passa, necessariamente, pela existência de uma agenda económica que possibilite a criação de emprego, assente na introdução das novas tecnologias de informação e comunicação no meio empresarial, mas também, que permite, igualmente, o reforço dos sectores estratégicos, com mais inovação, eficiência e produtividade, para que possamos tirar vantagens dos avanços dos últimos anos, nomeadamente, a melhoria do sector dos transportes.

A ilha Brava só tem futuro se conseguir estar na linha da frente das transformações que Cabo Verde precisa, para enfrentarmos estes tempos desafiantes, marcados por uma grande incerteza. 
Jonathan Vieira.
https://naalvorada.blogspot.pt/
  

domingo, 29 de maio de 2016

Sociedade civil e partidos políticos em democracia: A realidade de Cabo Verde

"Somos seres eminentemente políticos". Esta frase dita há milhares de anos atrás é ainda valida para a nossa sociedade atual. Na verdade, a política e a procura do bem comum, encontram-se no cerne da atividade humana, porém, poderemos nos questionar: Será que a democracia se resume aos partidos políticos?
Nas nossas vidas quotidianas quando um cidadão começa a falar sobre um tema de interesse geral, não é muito difícil, que a terceira ou quarta pergunta seja esta, dí qui partido bó é? (qual é o teu partido?). Isto é o mais comum na maioria das conversas que todos nós temos uns com os outros, porque muitas vezes, reduzimos a democracia aos partidos políticos e à sua atividade.
Para lidar com um determinado problema local, a nossa primeira reação é, muitas vezes, nu bai tchoma autoridade, es tem qui resolveno nós problema! (Vamos chamar a autoridade, eles têm que resolver o nosso problema!).
De facto, isto é o reflexo da nossa visão da democracia, centramos tudo nos partidos políticos e no Estado, e não damos espaço para participação da sociedade civil, que nas democracias modernas, tem um papel importantíssimo. Em todo o mundo, os movimentos sociais alastram-se, mudando a realidade e desempenhando um papel fundamental de fiscalização e de ação, influenciando, desta forma, o exercício do poder.
Desta reflexão não podemos omitir o papel, também ele, importante, que os partidos políticos, representam na sociedade, por conseguirem agregar as mais diversas visões da sociedade em torno daquilo que consideram ser do interesse da população e que através do exercício do poder, pretenderão implementar.
Se os partidos políticos são importantes, o exercício da democracia não se resume à sua atividade. Infelizmente, ainda, se organizarmos uma manifestação ou qualquer ato público, que seja do interesse geral, é muito fácil sermos conotados com partidos políticos ou, até mesmo, não participamos pelo receio de nos ligaram à atividade político-partidária.
A liberdade de associação e de expressão, entre outras, são direitos e garantias constitucionais que não servem se ficarem apenas no papel, mas sim se forem vivenciadas, porque a lei fundamental do país assim o consagra. Por isso, quando qualquer cidadão começa a falar, em vez de fazermos a pergunta de que partido é ele, é altura de perguntarmo-nos porque é que ele fala de um determinado assunto, e qual é o contributo para a melhoria da sociedade da qual fala.
Há uma sociedade para além dos partidos políticos e quanto mais a sociedade civil for dinâmica, participativa e eloquente mais sai a ganhar Cabo Verde, um país que em termos democráticos tem feito progressos notáveis, sendo visível não só pelo facto de termos uma democracia estável e exemplar no contexto africano, mas também pelo nível do debate politico, que de uma forma branda tem aumentado de qualidade, e que se traduzem numa melhoria significativa das condições de vida das pessoas e nos ganhos que o país tem tido ao longo dos anos.
É necessária uma sociedade civil que participa no debate político e nos partidos políticos, mas que não se restringe a ela, porque, para além dos partidos políticos, há o interesse das pessoas e há, sobretudo, o bem comum, o alicerce da nossa organização social.

Jonathan Vieira

sábado, 28 de maio de 2016

O desafio dos partidos políticos: ou se adaptam ou não servem ao país

Um dos temas que mais tem gerado interesse nos últimos tempos é a incapacidade das democracias ocidentais em representarem os seus cidadãos. Nas palavras de Winston Curchill , “a democracia é a pior forma de governo, exceptuando todas as outras formas de governo experimentadas”. Sem colocar em causa o modelo, é bem visível que os cidadãos sentem-se menos representados, o que deu origem a um enorme afastamento dos cidadãos em relação à política e a vida político-partidária.
Ao contrário do que, muitas vezes se pensa, em qualquer democracia que se preze é muito preocupante que os cidadãos tenham uma atitude de afastamento em relação à política, o que acontece, porque ela é vista como um elemento de conflitualidade social e afastado da vida dos cidadãos, e não como um meio de discussão ideológica e programática para a prossecução do bem comum.
À este afastamento surgem, cada vez mais, tentativas de se ocupar este espaço político, dos cidadãos não representados, o que suscitou a perceção que não havia partidos políticos suficientes, ou que, os que existem, são incapazes de representarem os seus concidadãos. Esta incapacidade de representação deu origem, em alguns casos, à partidos políticos assentes no populismo, e em outros casos, à um aumento vertiginoso da abstenção eleitoral.
Este facto é um desafio aos partidos políticos no sentido de se abrirem à sociedade civil e serem elementos atuantes na construção de ideias e de consensos no meio social, caso contrário, as máquinas partidárias, se não conseguirem cumprir o papel fundamental que lhes é reconhecido, correm o risco de se tornarem, de facto, em elementos obsoletos nas sociedades.
É uma falácia pensar que com mais partidos políticos os cidadãos serão melhores representados e para uma realidade político-partidária como Cabo Verde, um país arquipelágico com poucos recursos e com três partidos dominantes, com papéis determinantes nos maiores ganhos do país, a independência e a democracia, a solução, a meu ver, não será enviesarmos pelo caminho de um aumento crescente do número dos partidos políticos existentes.
Os amanhas que cantam neste Cabo Verde que queremos construir, irão ser muito exigentes: para um país arquipelágico e desprovido de recursos a capacidade dos cidadãos em encontrarem, de forma criativa, soluções que criem condições para a construção de um país próspero, passará por uma maior agregação de vontades, no qual os partidos políticos terão um papel fundamental.
Aos partidos políticos surgem, também, novas formas de participação social, como é exemplo o II fórum de transformação Cabo Verde 2030, transmitido em directo através da internet para toda a diáspora, e do qual saíram importantes contributos para para o futuro do país.

Neste novo contexto emergente, ou os partidos políticos, se adaptam, ou se tornarão elementos arcaicos numa realidade muito exigente para o país. É vital que se crie consensos baseados numa ampla discussão sobre o futuro do país, nos seus diversos quadrantes, e que os partidos políticos se esforcem na agregação de vontades na construção de um país dinâmico, competitivo e inovador. 

Revisitando o Desemprego Jovem na Brava

O desemprego é hoje um dos problemas que mais afeta Cabo Verde, sobretudo, o desemprego jovem. Os avanços que o país conseguiu nas últimas décadas, à nível da educação, nomeadamente, a expansão do acesso ao ensino superior fez com que muitos jovens pudessem aceder ao ensino superior, ambicionando, que no futuro possam vir a exercer uma profissão nas respetivas áreas de formação. Porém, a realidade apresenta-nos um cenário preocupante, uma vez que, os espaços que se lhes abrem são cada vez mais escassos. Tudo isto acontece num cenário no qual a descrença num futuro melhor parece perpetuar, passando a mensagem de que o futuro, se o quisermos, terá de ser fora da nossa terra, apresentando-se a emigração como via única.
 A descrença no desenvolvimento da nossa terra é uma realidade que, se não é falada abertamente, é muito fácil de se ler nas entrelinhas do debate político onde sobressaem ideias de uma eterna falta de trabalho, impossibilidade de contratação, entre outros, que são de facto, preocupantes, para uma ilha que se quer desenvolver, modernizar e ambicionar um futuro risonho.
A realidade apresenta-nos duas gerações com ideias diferentes, com qualificações diferentes, com formas de pensar e de atuar também diferentes mas unidos por um sentimento de cariz desenvolvimentista que busca a construção de uma ilha e de um país melhor
Por isso acho mau que, com discursos inflamados ou com atitudes pouco louváveis, se queira criar um conflito inter – geracional, que em nada ajuda o desenvolvimento, mas que ao contrário, só prejudica uma ilha que precisa de todos para se afirmar e desenvolver.
A geração mais nova, muitas vezes, academicamente melhor preparada, queixa-se da falta de espaço que encontra no mercado de trabalho, enquanto a geração mais velha, por outro lado, não reconhece a preparação dos jovens culpando a inexperiência destes para ocuparem cargos que exigem alguma responsabilidade. Desta forma podemos identificar dois grupos etários com interesses divergentes: Enquanto uns querem preservar os seus lugares nos seus respetivos postos de trabalho, outros espreitam a tal oportunidade que cada vez mais escasseia. 
Este conflito não é, quanto à mim, um facto isolado, ele é o reflexo dos dias turbulentos nos quais vivemos, num mundo cada vez mais exigente, marcado pela crise e pela competitividade, quer a nível individual quer a nível empresarial, onde a qualificação, quer pelos graus académicos quer pela experiência e capacidade de inovação, são cada vez mais, fatores cruciais na determinação do sucesso das organizações.
Falar desse conflito não deve ser um tabu mas sim um dos assuntos que merece relevância pela sua importância no contexto interno, onde sobressai um desemprego estrutural que afeta sobretudo os mais jovens, que se esforçaram, que utilizaram recursos familiares e públicos na formação académica e que agora não encontram espaço para dar o seu contributo, pondo em causa a boa utilização destes mesmos recursos.
É preocupante ouvir vozes que insistem que não há espaço para contratações na administração pública dada a conjuntura. Espanta-me que numa ilha onde há muito trabalho por fazer se diga perentoriamente que os jovens não têm lugar, sendo os jovens o futuro. Considero também que, uma ilha onde não há lugar para os jovens é uma ilha sem futuro, pois, se eles são o futuro, o futuro deve ser preparado hoje.
A criação de emprego não deve ser apenas criação de emprego líquido direto mas sim a criação de condições que incentivem investidores das outras ilhas ou até mesmo internacionais, e para isso, as condições a nível das infraestruturas de Saúde, segurança energética , fornecimento regular de agua potável, ligação marítima regular, segurança, facilitação à nível da burocracia do Estado, entre outros, são condições que não criam emprego diretamente mas que possibilitam e incentivam os investidores.
É minha convicção que a Brava precisa de todos para se desenvolver, da geração mais velha com o seu saber e a sua experiência para que, juntamente com os mais jovens, procurem um futuro risonho para todos. Cabo Verde é um país sem recursos, pelo que o futuro, depende da audácia, da capacidade de inovação e da busca do conhecimento.
O conhecimento é o caminho...


                                                                                                                                                                    Jonathan Vieira 

A preservação do Património Imaterial

Quando falamos de património cultural podemos de identificar claramente duas tipologias de património bem visíveis na vivência povos: São eles o património físico, material ou arquitetónico e o património imaterial, entrando no campo dos valores e da própria cultura.
Poderíamos refletir sobre o nosso património cultural arquitetónico, realçando o facto de recentemente a Cidade de Nova Sintra ser considerada património cultural nacional, o que devia ser motivo de satisfação para todos os cidadãos que ali residem, por ser o reconhecimento das especificidades desta Cidade e pelo valor intrínseco que ela representa, contudo, penso que esse título, deverá ser motivo de uma análise mais cuidada, uma vez, que um título, não poderá vir a ser um obstáculo ao desenvolvimento, mas antes, deve ser enquadrada numa estratégia de desenvolvimento.
O cerne da questão que trago hoje, porém, não tem a ver com a preservação do património físico e material, mas sim, para a preservação do património cultural Imaterial, o qual carece de uma profunda reflexão.
 A cultura numa análise minimalista, é aquilo que nos define como povo, e são vários os traços culturais imateriais que nos definem como tal. Porém, não vivemos só neste mundo, que é nosso e de todos, vivemos num mundo cada vez mais globalizado, onde o fluxo de informação é cada vez maior, diminuindo as distâncias e aumentado a comunicação entre as pessoas. Assim, os traços culturais dos povos estão sujeitas a diversas mutações que vão moldando a nossa cultura, conforme a aceitação ou não das pessoas, colocando em perigo a própria cultura local.
A nossa cultura é marcada por traços que nos identificam, traços que estão sujeitas a padrões valorativos, contudo, é cada vez mais eminente a necessidade de preservação dos traços que definem o nosso povo, neste mundo globalizado, e é cada vez mais necessário que a sociedade tome consciência deste fenómeno, e que a discuta, aceitando modelos que são, de facto, uma mais-valia para a nossa riqueza cultural, mas criticando e atuando socialmente, de igual modo, contra os padrões que colocam em risco as nossas especificidades culturais que queremos preservar.
Neste ponto, as instituições e as organizações da sociedade civil, têm um papel muito importante, começando, desde logo, pela família, a primeira e a mais importante das instituições socias, passando por outras, como a escola, as organizações da sociedade civil, a igreja, entre outros, que neste mundo globalizado, têm um papel fundamental na preservação cultural, e na própria formação dos indivíduos.
Essa preparação é fundamental não só para os indivíduos que residem em Cabo Verde, mas também, para os indivíduos que escolheram outros países para viverem.
 Não deve ser negligenciado o facto, de hoje, muitos cabo-verdianos infelizmente estarem nas portas da justiça em muitos países que fazem parte da nossa diáspora, com comportamentos que não dignificam nem representam a nossa cultura, uma cultura de paz social, que tanto nos orgulha.

Atendendo a nossa realidade local, marcada pela falta de recursos, e as oportunidades que a nossa emigração encontra nos países acolhedores, é preocupante que muitos dos nossos patrícios desperdiçam estas oportunidades, enviesando pelo mundo da criminalidade, com comportamentos que conotam uma imagem negativa para o nosso país.
A formação dos indivíduos e a preservação dos nossos valores e da nossa cultura deve servir de base para uma boa organização social nacional, mas também, na formação das pessoas que constituem a nossa emigração e que são parte desta grande nação apelidada, tantas vezes, de Nação Global.



Jonathan Vieira

Hospital Regional para as ilhas do Fogo e da Brava

O bem comum está acima de qualquer opção política ou ideológica e é tendo isto, sempre, bem presente que escrevo aos meus concidadãos.
Soube por fontes oficiais que se encontra neste momento, em vias de construção, um hospital regional para as ilhas do Fogo e da Brava. A melhoria das condições de prestação de serviços de saúde é sempre de salutar e, de facto, Cabo Verde tem tido uma evolução no acesso aos serviços de saúde que se tem refletido no aumento da esperança média de vida e no índice do desenvolvimento humano.
Sem desconsiderar estes factos, uma obra pública tem sempre como objetivo suprimir uma determinada necessidade e a prossecução de uma determinada política para atingir um determinado fim. A construção de um hospital regional terá de corresponder as necessidades de uma região, ou seja, das ilhas do Fogo e da Brava.
 Por experiência própria, para se deslocar a ilha do Fogo demora-se no mínimo 30 minutos, sem contar com outros condicionalismos como a disponibilidade de transportes, o tempo, etc. que poderão condicionar a viagem de uma ilha para a outra, e em questões de saúde, tudo é importante.
Sem me apoiar em argumentos bairristas, não me é difícil, constatar que das instituições que servem as duas ilhas a maioria está sediada na ilha do Fogo. Se queremos construir uma região sólida, e se for esse o desígnio, temos de garantir que essa construção tenha em conta a justiça e equidade necessária. Não se pode, numa região, criar dinâmicas socias e económicas numa ilha em detrimento da outra. As regiões se devem desenvolver tendo em conta as especificidades de cada uma das partes e o contributo que elas podem gerar para o todo regional: Por exemplo, porquê é que não se construiu as escolas de formação profissional na Brava, uma vez, que dispomos de um ambiente calmo e propiciador para os estudos. 
Na questão da saúde, um hospital regional terá de corresponder as demandas das duas ilhas e um hospital regional poderá suprimir algumas falhas, mas não todas. Considero, por isso, importante, que o nosso hospital local tenha boas condições de prestação de serviços de saúde, capazes de, em casos de urgência, responder na nossa ilha à estes casos com capacidade para garantir que os doentes estejam estáveis, até conseguirem ser eventualmente evacuados.
Acredito que, pela nossa dimensão, não seria realista que pretendêssemos que a Brava tivesse condições de saúde como a cidade da Praia ou outros grandes centros urbanos, mas acredito, seriamente, que poderemos ter melhores condições de prestação de serviços de urgência, tendo em conta o nosso historial de catástrofes naturais: como o mau tempo e pequenos abalos sísmicos, mas também, devido ao facto de sermos ilhas, e a deslocação estar dependente do transporte marítimo, que nem sempre poderá estar disponível; Do tempo que poderá não favorecer a viagem entre as ilhas, entre outros condicionalismos.
Por último, faço um apelo aos nossos eleitos nacionais e municipais que defendam o interesse dos Bravenses, pois, “a centralização” dos serviços descentralizados do Estado na ilha do fogo tem causado enormes transtornos aos cidadãos da Brava que sentem que a deslocação para ilha do Fogo, poderia ser evitada e que se justifica, que certos serviços, sejam prestados ao nível local.
Nesta época especial queria endereçar aos leitores da Bravanews, os meus votos de um Feliz Natal e um ano novo repleto de sucessos nas nossas vidas pessoais, mas sobretudo, para que 2014 seja um ano bom para a nossa ilha.
 Jonathan Vieira

manuelvieira19@live.com.pt

Tempos de Crise



Vivemos em tempo de crise, apesar de nem sequer termos uma participação ativa na sua emergência, a verdade é que ela atinge a tudo e a todos sem exceção. A globalização dos fenómenos e dos processos fez com que a economia mundial mergulhasse numa profunda recessão, iniciada pela crise imobiliária de 2007-2008 nos Estado Unidos, e que rapidamente se internacionalizou. A Europa foi confrontada em 2009 com a crise das dívidas soberanas, o que a obrigou a reduzir de forma drástica a despesa pública dos Estados Europeus. Estamos, pois, falando de duas entidades políticas importantíssimos para Cabo Verde, sendo a Europa o seu principal parceiro económico. Nesta conjuntura, ninguém fica imune aos sacrifícios, exigindo de todos uma postura adequada ao tempo presente.
Cabo Verde, como país pobre que é, não é dotado de recursos que lhe permita garantir a autossuficiência para alcançar um desenvolvimento considerável a médio longo-prazo, por isso, o seu desenvolvimento é em grande parte financiado por países estrangeiros, através de um modelo de cooperação que engloba empréstimos, ajudas orçamentais, entre outros, com os quais tem sido ao longo dos anos levados a cabo vários projetos que têm contribuído para a construção de infraestruturas, com um impacto significativo na melhoria das condições de vida dos cidadãos.
A crise traduz-se, não só, na redução das ajudas externas ao Estado, mas também, na redução das exportações, num fluxo menor de turismo, numa menor quantidade de investimento estrangeiro, e ainda na diminuição das remessas dos imigrantes, cujos dados do Banco de Cabo Verde apontam para uma redução na ordem dos 23,1% em termos homólogos.
 A nossa vulnerabilidade face ao cenário internacional nos coloca numa posição verdadeiramente difícil. OS Estado Unidos e a Europa são importantíssimos para Cabo Verde: Albergam grande parte da nossa comunidade emigrante, são entidades com os quais desenvolvemos excelentes relações comerciais e no caso específico da Europa, mais concretamente com Portugal, com o qual o nosso país tem um acordo de cooperação cambial. São ainda os principais financiadores de programas de desenvolvimento, como as tranches do programa Millenium Chalenge Account são prova.
A crise das dívidas soberanas que se abateu sobre os países da Europa tem exigido dos governos uma redução excecional da despesa pública à custa de muita contestação social, da mesma forma, que o povo habituado a viver com muito e sem preocupação, acostumado a ter sempre um aumento salarial em vez da redução, foi apanhada desprevenida.
A situação para os nossos parceiros é preocupante, e o facto, é que ela afectará de forma decisiva o nosso desenvolvimento. Para um país que depende muito da ajuda externa o caminho a seguir é a redução gradual da dependência face ao exterior, criando mecanismos que permitam explorar ao máximo as nossas potencialidades, como o sol, o mar ou o nosso posicionamento geoestratégico, que facilmente ganham eco no discurso político, mas que na prática muito pouso se tem feito.
O primeiro passo para enfrentarmos esses tempos difíceis, será sem dúvida a boa governação e uma boa gestão dos recursos, que por enquanto, temos a nossa disposição, para que possamos criar uma economia forte e competitiva e garantirmos uma boa integração no mercado internacional e fazermos, de facto, do nosso país um lugar atractivo ao investimento. 
A boa gestão que não pode ser confundida com uma gestão pouco ambiciosa e demasiada apegada a conjuntura. A crise tem o outro lado da moeda: deve servir de estimulo a criatividade e a audácia, de resto, penso ser este o que implicitamente afirmou o nosso Primeiro-Ministro, numa declaração no inicio do ano, onde afirmou que “2013 será o quê que os Cabo-verdianos quiserem” e este é o espirito pelo qual nos devemos nortear nestes tempos difíceis, tentado atenuar os impactos das dificuldades atuais, mas vislumbrando o futuro, pelo qual não devemos temer, mas agir hoje para que ela possa ser o melhor possível.
A história de Cabo Verde nos ensina que não nos devemos resignar face às conjunturas, por pior que elas sejam, e foi assim que se construiu este país e é assim que vencemos e devemos continuar a vencer as nossas dificuldades. Hoje somos um país de rendimento médio, a batalha do desenvolvimento não está ganha, bem pelo contrário, os desafios que se nos colocam são cada vez mais exigentes e exigem de todos um esforço cada vez maior, face aos nossos condicionalismos internos marcada pela escassez de recursos, mas também, por um cenário internacional pouco favorável.
                                                                                                                                                                                           Jonathan Vieira 

Brava: Regionalização e Desenvolvimento

Nos últimos tempos se tem acentuado no país o debate sobre a regionalização, no qual o modelo mais consensual parece ser o de região-ilha. Esse processo, independentemente do fim que venha a ter, terá importantes consequências no panorama nacional, e o país como um todo terá de responder à esse grande desafio que visa implementar uma efectiva descentralização do poder. Ela só fará sentido se consubstanciar em pleno desenvolvimento, sendo essa uma das principais motivações para que o país encarasse a regionalização como um caminho seguro para o desenvolvimento. Regionalização e desenvolvimento são pois uma realidade integrada.´

Em qualquer quadro no qual se venha a desenrolar o processo da regionalização é indispensável que estejamos atentos as consequências que daí advenham, mas também que nos posicionemos para que as nossas oportunidades de desenvolvimento sejam salvaguardadas. O desafio da regionalização será enorme: estamos falando da ilha que provavelmente tem menos propensão para o turismo, com um mercado interno pouco desenvolvido e por consequência uma das economias mais pequenas do arquipélago. Enfrentamos sérias desvantagens relativamente as outras ilhas, desde logo, o nosso posicionamento periférico em relação ao centro do poder mas também pela nossa dimensão.
A realidade da Brava nos últimos tempos  é de facto preocupante: o nosso mercado interno, por si só, pequeno, não cresceu, um cenário pouco encorajador para o investimento privado.
A falta de crescimento económico reflectiu-se numa diminuição acentuada da população: Dados do INE, demonstram que, em 1940 a nossa população era estimada em cerca de 8.528, diminuindo em 1990 para 6.985 e em 2010 a população residente foi contabilizada em cerca de 5.995 confirmando a tendência decrescente da nossa população.
Vários fatores poderão estar na origem desse fenómeno, sendo o mais provável, a falta de crescimento económico e as suas inevitáveis consequências em relação ao desemprego, um problema estrutural em Cabo Verde, e que assume proporções ainda mais dramático numa ilha sobretudo rural, agudizando ainda mais a matriz cultural que a emigração envergou por estas paragens.
Este cenário é um claro declínio de uma ilha que me parece reticente em relação ao desenvolvimento, há uma necessidade clara de uma estratégia pragmática de desenvolvimento e uma definição clara dos sectores nos quais a nossa ilha se deve ancorar para uma real integração na economia nacional.
Para uma pequena economia como a nossa não há uma solução milagrosa que nos possa colocar na rota do crescimento, contudo, uma verdadeira integração dos vários sectores da nossa pequena economia parece-me um desafio que a médio longo prazo devia ser considerado para que se possa consolidar um mercado interno muito debilitado.
Sem se saber ao certo o desfecho do processo da regionalização a nossa ilha terá de se preparar para este desafio, pois, ela acarretará importantes consequências administrativas e politicas o que implicará uma preparação adequada seja qual for que venha a ser o cenário. A regionalização irá definir uma geografia concorrencial diferente do que existe hoje no arquipélago. Nos moldes que se tem definido o processo, cada ilha terá uma maior autonomia delegada pelo poder central, mas também um maior encargo no sentido de se desenvolver a nível local contribuindo dessa forma para o todo nacional.
Qualquer política que se queira desenvolver não se pode basear na pura reação aos fenómenos, mas sim na antecipação destas, caso contrario, poderemos sofrer sérias consequências em relação há um processo em curso e que poderá destabilizar e até aniquilar as nossas hipóteses de desenvolvimento.
O regionalismo é certamente um processo importante e um caminho seguro para o desenvolvimento do nosso país, a sua implementação deverá ter em conta a equidade e igualdade de oportunidade de progresso para todos os cidadãos e ilhas de cabo verde.

                                                                                                                                                                                           Jonathan Vieira